sábado, 28 de janeiro de 2012

Portugal - O Senhor dos Anéis – O nosso petróleo – (Cap. 4)

Portugal já é o 5º produtor mundial de lítio, mas como muitas vezes acontece apenas vendemos os calhaus, para posteriormente serem transformados em fundições ficando aí também grande parte do valor.
A solução passa por transformar o produto em Portugal e ganhar com isso as mais-valias acrescentando valor ao recurso natural.

O mercado mundial do lítio valia em 2010 (8 mil milhões de Euros) e cresce a um ritmo superior a 30%/ano.

Como foi falado no capítulo anterior a procura de armazenamento de energia só pode aumentar com as novas construções e com a reabilitação urbana.

Como falaremos mais adiante as nossas ilhas também vão desempenhar um papel importante, mas isso fica para outro capítulo.
O importante neste momento é que a indústria em Portugal vale cerca de 16% do PIB e tem diminuído nos últimos 25 anos.

O aumento da indústria em % do PIB nas nossas exportações está directamente ligado ao sucesso de Portugal.
Com a transformação dos calhaus em lítio teremos mais uma Indústria a contribuir para o PIB.

Juntando isto uma fábrica para baterias já seriam duas industrias a contribuir.
A NISSAN desistiu pois já possui duas fábricas de baterias e as perspectivas de venda de baterias para carros eléctricos não é animadora para os próximos anos, mas se juntarmos uma fábrica de transformação de lítio, o que falamos anteriormente sobre reabilitação urbana e o que falaremos mais à frente sobre as nossas ilhas não será certamente por falta de interessados que os projectos não avançarão.

Ligar estas indústrias a I&D com as nossas universidades é fundamental pois a investigação cria valor/novas aplicações e novos produtos.
Se as baterias para telemóveis em 20 anos passaram de 15 kgs para 100 gramas é fácil entender a evolução que terão nos próximos 20 anos no armazenamento de energia.

Notícia do Jornal Expresso
“A preocupação das construtoras de automóveis é tão grande em relação ao lítio que algumas já estão a entrar no capital social de algumas empresas mineiras em várias zonas do globo. A nipónica Mitsubishi ainda recentemente tomou posição em algumas empresas do sector extractivo, na área do lítio, em dois países da América do Sul. Também a Toyota terá feito o mesmo, segundo algumas fontes do sector automóvel.

Com estes avanços para a área mineira, a indústria automóvel quer garantir, de alguma forma, que não vai ter problemas no abastecimento dessa importante matéria-prima, para que a nova área de negócio dos carros eléctricos, que agora desponta, não fique comprometida.”

3 comentários:

Ramiro disse...

Tens razão, deveríamos ser nós a produzir aqui as baterias.
Neste caso nem sequer precisávamos de importar matéria prima, e por outro lado ajudaria imenso a equilibrar a balança de transacções.

Anónimo disse...

Infelizmente em PT vendem-se as uvas para os outros fazerem os produtos de valor acrescentado..
Para mim o exemplo a seguir neste processo é a Suíça. Não tem praticamente recursos naturais.. importa quase todas as materias primas.. mas faz o melhor chocolate, faz os melhores relogios, tem industria hi-tech.. e para misturar alhos com bogalhos querem agora estabelecer um ordenado mínimo de 3200€ mensais.. muita prosperidade.

FD

O Portugal Bipolar disse...

A Suíça é o país europeu com maior % de indústria na economia...
Mudar só depende dos Portugueses...