sexta-feira, 25 de outubro de 2013

UM PÉ Á FRENTE DO OUTRO





Eis-me pois, chegada aqui
Hoje. Outubro, dia chuvoso na cidade agora lavada.

41 anos, quase dois meses – do momento zero (?), do 1º fôlego.
Na minha estrada, trilhando um caminho que me leva na partilha diária entre os mistérios das mentes ainda rasas, tão abertas a tudo, de riso fácil

aos cérebros minados pelo correr dos dias, pelas sombras das noites
Braços da árvore genealógica, tão abertos e com tantas ramificações

10 anos antes da idade que há-de vir
10 anos depois da que já passou.

E Eu, hoje. Aqui entre a consciência do que foi e do que porventura virá
Corroída pelo egocentrismo de uma cabeça perdida, fechada no seu mundo, á espera sei lá se do juízo final, alheia (sem querer ou por não estar nem mesmo aí) ao impacto, à bomba lançada em cada um dos que de alguma forma estarão sempre ligados.

Deliciada com a simplicidade de um som novo que já se pronuncia, de um segredo que se compreendeu.
Trilhando a estrada, sem tempo para o Eu, na luta por chegar de mão aberta

Ufa!
Será de fato mais inteligente quem a dado momento se caga para tudo e para todos, protegendo de qualquer forma a sua existência? Quero ser feliz. No matter how. Tudo bem, tudo bem, mas atenção: é imperativo que eu esteja bem.

Acho pois que não fui ensinada assim, ou o meu instinto tirou-me desse trajeto.
Travo talvez uma luta já perdida mas, como tento ensinar ao meu filho, muitas vezes o caminho é o que é importante.

É pois por isso que hoje, entre o agora e o depois, tenho noção da fragilidade que nos assola e da força que nos assiste e nos mantem no caminho mesmo quando os membros nos fraquejam
Raízes tenho. E que bom que é.

Algumas estão lá há tanto tempo para mim que é já difícil imaginar o mundo de outra maneira.
Obrigada pois às forças da vida – whathever they are!

Guardo o desejo secreto de que seja possível sair enriquecido desta fase de mudança.
Vivo literalmente dia a dia e recordo ainda dos planos de outrora a anos, meses, semanas….

Acredito – como dantes – que está em nós a capacidade de tornar realidade o que sonhamos, mas hoje sei que na maioria das vezes isso dá muito mais trabalho do que alguma vez pensámos.

SX. 2013

3 comentários:

Márcio Silva disse...

Whooooo ! Que profundidade brother ! Muito bom !

Xávi disse...

Gosto, faz-me sentido tudo o que li, é-me familiar !

O Portugal Bipolar disse...

claro que este não foi escrito pelo servente :D...