Olá Pai
Natal, o meu nome é João.
Depois de
conversar com o meu amigo Guilherme, resolvi escrever-te esta carta.
Eu sei que
já tenho 45 anos, mas no fundo sinto-me um menino.
Eu sei que
isto para ti não é fácil, tens muitos meninos para tratar e eu já tenho idade
para ter juízo.
Promessas
são promessas! Pior que tu, estou eu, que da última vez que falamos ainda eras
o menino Jesus, escutando os meus pedidos para o natal.
Eram
momentos ternurentos, passados na cozinha, junto ao fogão, olhando para a chaminé,
lá seguia a lista das coisas que queria, isto de pedir só uma prenda, nunca foi
coisa para nós.
Incentivado
pela minha mãe os pedidos eram enviados como carruagens de um comboio, quero
isto, mais aquilo, ficando ela com uma ideia de tudo o que tu terias de trazer
para o natal.
Depois cresci
e não mais falamos até hoje.
Escrevo-te
em Setembro para evitar os dias de ponta, isto de trabalhar só um dia por ano
não lembra ao Diabo, mas tu é que sabes.
Como a pedir
não gosto de ser pobre queria um carro híbrido, que funcione a electricidade e hidrogénio, autonomia superior a 500 km e que dê para levar toda a família.
Faltam mais
de 100 dias, não me venhas com desculpas, pois o que não te falta é tempo.
Depois de
mais uma surpresa com o meu bolinhas é isso que quero!
E mais,
ficas já avisado, ou me arranjas um carro híbrido, com as características que
te solicitei, ou não falo mais contigo.
Um abraço,
que beijinhos é coisa de putos e até sempre.
Deste menino
bem comportado,
João Filipe
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