Quando se
fala de energia renovável Portugal continental está bem posicionado a nível Europeu,
afinal até temos das maiores centrais fotovoltaicas do mundo e perto de 3 mil
torres com ventoinhas a que juntamos a produção hídrica na incorporação de
energia renovável chegamos aos 58%.
2014 foi
realmente um ano notável, quanto pagamos por tudo isto? isso já é outra
conversa e não é muito importante.
Não é
relevante saber que toda a energia solar que consumimos pagamo-la a preço de ouro e representa perto de 1% da energia que necessitamos.
Poderíamos facilmente
prescindir dessa energia que pagamos a peso de ouro e comprar no mercado a
valores 6 vezes mais barato, mas não! Isso não! Temos de investir em energia
solar!
Para os microprodutores
até pagamos o dobro! Não vá o investimento desaparecer…
Quem quiser
produzir energia através do sol em Portugal continental tem garantida a venda
de tudo o que produzir, o consumidor suporta os custos estapafúrdios a que “a
coisa” foi negociada, ficando todo o risco do lado do produtor, haverá um dia
em que o sol não brilhe e lá se vai a produção, se o sol brilhar todos os dias,
então e energia produzida será paga!
Com o vento
a história é exactamente a mesma, pagamos por toda a produção.
Investimos
tanto em energia eólica que em noites de inverno muitas vezes produzimos mais
energia do que necessitamos, mas isso não é importante!
Não é
relevante saber que em boas noites de vento produzimos +2.000 MWh do que
necessitamos e os preços dessa energia no mercado chegam a valores inferiores a
10€ por MWh, isso não interessa para nada! O importante é garantir que os
produtores recebem por TODA a energia produzida 90€/MWh; 100€/MWh ou valores
ainda superiores, para contratos com mais de 3 anos.
O risco fica
todo do lado dos produtores, haverá ano em que o vento não sopre e lá se vai a
produção…se o vento soprar, então a energia será para pagar, ao preço
combinado, depois se não houver consumo que o justifique, vendemos a 10€ ou
menos a quem a queira!
Isto bem-visto
o melhor é investir em Eólicas em excesso, para depois armazenar essa energia!
Pagamos a
100€/MWh ou mais e a energia que não necessitarmos vendemos a 10€ ou menos,
para armazenamento ou aos Espanhóis, isto é que é visão estratégica!
Para compor
o ramalhete, temos a bombagem que aproveita para comprar a energia em excesso a
preços inferiores a 10€/MWh e depois vende a preços de mercado!
Temos um
pequenino problema de défice tarifário, mas isso agora não interessa para nada!
O importante é realçar que Portugal continental, aposta forte nas renováveis!
Então e as
nossas ilhas?
As ilhas dos
Açores e da Madeira não necessitam de energia renovável, alem disso são “autónomos”.
Portugal
continental até paga todos os anos mais de 500 milhões de €uros, para que
Açores e Madeira se governem, sendo a energia renovável responsável por perto
de 5% da produção, os preços são suportados pelo continente até porque a
energia tem que ter o mesmo preço no continente e ilhas.
Com excepção
de São Miguel, onde a energia Geotérmica responde por perto de 30% das
necessidades a energia Eólica e Solar é pouco expressiva, os preços esses são
mais caros que no continente até porque nas ilhas é mais complicado
promover a energia green…
As ilhas
funcionam bem é a fuelóleo, não querem autonomia? Então tomem lá 500 milhões de
Euros, mas vão respirar merda todos os dias!
Não queriam
mais nada, seus autónomos? Tudo para a Galp e EDP! A GALP transforma o petróleo
em Fuelóleo; gasóleo e gasolina em Sines e depois pega num barquinho que anda
2.000km (ida e volta) para descarregar na Madeira ou 3.000km (ida e volta) para
descarregar em São Miguel ou 3.200km (ida e volta) para descarregar na ilha
Terceira, isso sim é visão estratégica! E como somos competentes fazemos isso
12 vezes por ano!
Então e as
ilhas mais pequenas? As ilhas mais pequenas funcionam igual! Não vá “a coisa”
destoar.
A melhor
maneira de produzir electricidade na ilha das Flores com 3.800 habitantes ou na
ilha Graciosa com 4.400 habitantes é queimando fuelóleo!
Então e
mobilidade eléctrica nestas ilhas pequenas?
Isso é outro
erro! Onde é que já se viu promover a mobilidade green na ilha das Flores com
16km x 11km ou na Graciosa com 12km x 7km?
Existem
perto de 1.200 automóveis nas Flores e na Graciosa, que considerando 25km de
deslocação por dia dá qualquer coisa como 11 milhões de km por ano.
Ora é muito
mais prático todos os meses fazer chegar 70.000 litros de combustível às Flores e Graciosa para os insolares andarem de carro a gasolina ou a gasóleo no meio do Atlântico,
do que promover a mobilidade eléctrica ou a Hidrogénio!
Até porque
Hidrogénio e electricidade poderiam ser produzidos localmente e isso estragava
o negócio.
E se é verdade
as Flores e a Graciosa necessitam anualmente da energia que Portugal
continental gasta em 2 horas, também é verdade que 300.000 Litros de fuelóleo
descarregados mensalmente em cada uma resolve o problema!
Se é verdade
que a EDP compra o fuelóleo a preços de mercado, fazendo com que o custo de
produzir energia nestas ilhas seja superior a 300€/MWh, também é verdade que ao
dividir esse custo por continentais e insulares, estes custos permanecem
ocultos.
Aproveitando
a boleia a Galp pratica preços iguais no continente e ilhas, fazendo o
sobrecusto incidir sobre todos os seus clientes, continentais e insulares.
Vamos lá a
Paris bater no peito e informar todo o mundo que melhor que nós existem poucos!
Muito
poucos, porque neste país existe gente, gente com visão!
Viva a visão
dos nossos Governantes!
Viva a visão
dos Governados, que elegem estes governantes!
Viva
Portugal!