quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Carta aberta a Mariana Mortágua – Pagamento da dívida pública Portuguesa.







Olá Mariana, o meu nome é João.

A grande vantagem das cartas abertas é que vamos falar sobre a dívida, ponto.
Como dizia o meu pai:

 - “Filho, quer queiras quer não queiras serás bombeiro voluntário.”

Vamos a isso? Então vamos lá.

Compreendo a argumentação do B.E. sobre a Dívida, mas não concordo, como em economia no Bloco a tua palavra é no mínimo ouvida resolvi escrever-te esta carta.

No fundo entendo que a mensagem não passa, julgo que o Bloco deveria dizer exactamente o mesmo, de maneira completamente diferente.

Perante um valor de ± 230 mil milhões de €uros (130% do PIB) o Bloco propõe um perdão de 60%, passando a divida para 92 mil milhões de euros (52% PIB).

Não compreendo como pode o Bloco defender um perdão da dívida de 60%!

Não entendo eu e não entende a maioria da população.

Como sabes somos um povo orgulhoso e quando se ouve falar em perdão da dívida o pessoal não gosta.

Sabes Mariana a verdade é que a Argentina conseguiu negociar com 90% dos credores um perdão de dívida de 70% e mesmo assim está cheia de problemas.

Mariana, assim não dá! Por este caminho, se agora estamos de joelhos ficaremos de rastos.
O Povo tem de perceber a mensagem, porque a força vem do povo.

Depois, com a força do povo e a experiência grega na bagagem, vamos falar com a Europa sobre a Dívida.

Pagamos sempre tudo! Tudo! Tudo! Tudo!

Podemos pagar em Euros e podemos pagar em escudos, mas pagamos sempre tudo.

Hipótese A (Pagamento em Euros)

·        Portugal assume que paga toda a dívida pública em €uros à taxa do BCE que actualmente é de 0.05%.
·        Quando o BCE aumentar a Taxa de referência, Portugal suportará os juros da dívida até ao máximo de 1% ou 2.3 mil milhões de €uros.
·        Quando a economia crescer acima dos 3% ao ano, Portugal comprometesse a pagar os respectivos juros e parte da dívida acumulada.
·        Acima de 3% crescimento do PIB ao ano a divida será saldada à razão de (1/3 Investimento; 1/3 Boa Governação e 1/3 Pagamento da dívida)

É simples e pagamos sempre tudo!

Os credores não aceitam? Bem então pagamos tudo na mesma.

Temos de passar para a hipótese B (Pagamento em Escudos)

Pagamos sempre tudo, não aceitam em euros pagamos tudo em escudos no dia em que sairmos do euro.

Assim, Mariana, assim o povo entende, lá está, pagamos tudo!

Quem sabe qual o perdão da dívida necessário para Portugal funcionar? Tu? Eu? O futuro governo? Os Credores? São 60%, são 70%?

Não Mariana, não…

Quando um devedor e um credor se encontram para renegociar a dívida é porque o devedor não consegue pagar.

Na negociação o devedor tenta cortar o máximo para pagar menos e os credores tentam cortar o mínimo para receberem o máximo possível, é sempre assim.

Então entre posições antagónicas onde estará o valor justo?

Se um quer pagar menos e o outro quer receber mais qual será o valor justo?

Só o mercado sabe dar essa resposta!

O valor mais justo para ambos será o valor ditado pelo mercado, mas como saber o valor justo? Vamos perguntar ao mercado?

Claro que não! Mariana, Portugal na negociação paga tudo em Escudos, ou seja, como entramos no euro a 200.482 Escudos por €uro, pararemos por cada 1000 Milhões de €uros de dívida 200,482 milhões de contos ou 200,482 biliões de escudos.

Pagamos a dívida a 100% aos credores, quando eles trocarem a divisa que receberam em escudos por Euros; Dólares ou outra divisa qualquer, terão o desconto que o mercado considerar justo.

Todos os credores recebem a 100%, podendo trocar os escudos por outra moeda qualquer, podem receber no dia, podem guardar e receber a 10 anos ou optar por reinvestir tudo em Portugal.

A verdade será sempre a mesma, podem fazer melhor ou pior negócio, se decidirem trocar as divisas recebidas em escudos por outras moedas, irão receber o corte que o mercado considerar justo se reinvestirem em Portugal o corte será ZERO + Inflação.

E se o mercado diz que é justo, qual é a contra-argumentação?

E se Portugal pagou 100% da dívida e o mercado diz que é justo, qual é a contra-argumentação?

OS Estados Unidos imprimem dinheiro, pagam; investem, dá para tudo.

Os Ingleses e Japoneses fazem o mesmo.

Como Português não me revejo com menos direitos.

Vamos lá mudar o discurso, pode ser?

Mariana, alguma duvida é só apitar.


Um Abraço,


João 

2 comentários:

Maria Melo disse...

O que a menina Mortágua precisa é trabalhar para aprender o que custa a vida. Claro que ela está habituada a fazer parte dos inúteis deputados que nos rodeiam é que continuam a viver à nossa custa.

O Portugal Bipolar disse...

Concordemos ou não, e eu não concordo, num país livre, todos temos direito a opinar.
O problema são aqueles países em que o "Rei" fala e concordam todos a 100%, com votações de aprovação perto disso.

É a discutir ideias, por vezes contrárias, que o mundo pula e avança...

Na minha opinião a nossa amiga Mariana, já teve horas mais felizes.

Cumps,

Jony(-h)