Não que me
sinta ideologicamente perto de alguma das tendências, mas porque a política
acaba por ser uma extensão da nossa sociedade.
Dei por mim
a pensar politicamente pela primeira vez em 1986, com a irreverencia própria
dos 16 anos e pensando na educação, afirmei:
- Estes
GAJOS mudam esta merda todos os anos!
Com a subida
ao poder de Cavaco Silva como 1º ministro o PSD toma conta dos destinos do
país, com a missão de colocar Portugal no grupo de países que lidera o
crescimento europeu, o chamado Grupo da Frente…”
Chegaram os
subsídios a fundo perdido, os anos foram passando, eu fui ficando mais velho…
julgo que a única constante foi a minha discordância TOTAL face a um 1º
ministro que na altura eu apelidava de medíocre.
Quando
chegavam as eleições a indecisão era total.
-Eu vou
votar?
-Mas, eu vou
votar em quem?
-Não, não
vou! E não é por falta de tempo dedicado a ouvi-los.
É curioso,
nunca nenhuma força política me convenceu, mas a que me causava mais repulsa
foi exatamente aquela em que votei quando fui exercer o meu “dever cívico” pela
primeira vez, nos finais da década de 90, do milénio passado.
Estava já a
caminho dos 30 anos e o Partido do TAXI corria o risco de desaparecer.
Foi então
que decidi! Vou votar CDS! Se isto assim já está pior que mau, como ficará a
democracia entregue a PS; PSD e PCP?
E assim foi,
com um esforço herculiano, lá depositei a cruz no quadradinho pela primeira
vez, doeu um bocadinho, mas no final a sensação não foi de todo desagradável.
Foi portanto
com prazer que vi o PSD sair de cena, na altura foi com estupefação que
observei as mudanças radicais que se seguiram, principalmente das moscas!
Eram moscas
diferentes das anteriores, estas eram cor-de-rosa, acabando por me habituar a
que o PS respondesse pelos destinos do país.
Visão
estratégica para o país? ZERO! Mas as moscas eram realmente diferentes.
Estas
moscas, eram dialogantes, ou pelo menos tinham a mania do diálogo.
Guterres no
seu melhor…
Tendo eu por
convicção que os governos de Cavaco foram os piores desde que eu tenho memória política
é justo afirmar que o governo PS foi melhor que o anterior, pouco, mas melhor.
Já na casa
dos 30 assisti a nova mudança de governo, para traz ficaram orçamentos Limiano,
consolidação de direitos adquiridos impossíveis de pagar, entre outras
palhaçadas.
Novo seculo,
novo milénio, novas moscas!
Desta vez
pertencentes a 2 famílias (PSD+CDS) o partido que eu tinha ajudado a salvar,
chegava ao governo.
Embora
atualmente sinta nojo de qualquer um destes partidos é justo afirmar que Durão
Barroso foi o 1º Ministro mais sincero que Portugal já conheceu!
Foi sem
surpresa que assisti à frase mais famosa desta rainha-mosca, antes de abandonar
os seus súbditos e partir para paragens de melhor qualidade de vida.
“Meus amigos
o país está de tanga!” “EU aqui não me governo, saúde e sorte são os meus
desejos para todos vós!”.
E lá foi o
nosso amado Durão! Prontamente substituído por Pedro GandaMona, o 1º ministro
com a maior cabeça de que à memória (tentativa de piada britânica), infelizmente Sampaio, então
Presidente da República não lhe deu tempo para aquecer o lugar, estou em crer
que com uma cabeça daquele tamanho, GandaMona seria a pessoa indicada para
levar Portugal a caminhos de prosperidade.
Não levou,
certamente por falta de tempo.
A caminho
dos 35 anos chega nova consulta popular.
Depois do
fiasco da dupla Cherne&GandaMona, apercebo-me que já gastei perto de metade
da vida que me está reservada, tendo apenas votado 1 vez.
Era altura
de votar PS, se não for agora, nunca será!
E foi.
Foi com o PS
que percorri os anos de trintão que me restavam, foi com o PS que entrei nos
40, para 1 ano depois assistir a nova mudança de moscas.
Perto de
fazer 42 anos o futuro avizinha-se sombrio, desde a última vez que o FMI
assistiu financeiramente Portugal passaram quase 28 anos, durante estes anos
Portugal foi governado pelo PSD (10 anos), Pelo PS (14 anos) e por coligação
PSD+CDS (4 anos).
Nestes 28
anos passamos do PSD para o PS, para mudarmos novamente (PSD+CDS) para concluir
que não servia e mudar novamente para o PS, descobrindo posteriormente que o
caminho não era por ali e mudar novamente para PSD+CDS?
E agora?
Agora vamos
votar PS novamente?
Anda tudo
doido?
Ou vamos
votar PCP? O partido dos trabalhadores?
Com mais de
35 anos de “Luta” pelos direitos dos trabalhadores, o que foi conseguido?
Os ordenados
em Portugal são dos mais baixos da europa!
Será um
trabalhador Alemão ou Dinamarquês menos feliz, por não ter a quantidade de
direitos adquiridos de alguns trabalhadores Portugueses?
Serão os
povos Nórdicos por exemplo, que apresentam níveis de desenvolvimento
SUSTENTÁVEL, mas não consagram na sua constituição direitos adquiridos para os
seus funcionários públicos, ESTUPIDOS?
Sobre o PCP
e a sua luta a favor dos trabalhadores, não me vou alongar mais até porque
tendo trabalhado nos últimos 25 anos não me vejo representado por um partido
que insiste em defender, não sei bem o quê, mas não é certamente o
desenvolvimento de Portugal e o bem-estar dos seus cidadãos…
O BE é
aquilo a que chamo o “não partido”, apoiado na geração mais jovem que olha para
a política e vê ZERO alternativas, vota no espetáculo.
E pronto! É o
que temos, o circo do BE na assembleia, o PCP com a sua visão distorcida da
realidade e depois o triunvirato do costume!
O cúmulo da
estupidez é fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente…
Portugal
anda a trocar PS por PSD+CDS nos últimos 28 anos e dentro de 1 ou 2 vai votar
PS novamente?
Temos de
mudar a lei eleitoral!
Chegou a
hora de qualquer cidadão concorrer a deputado da assembleia para acabar com
esta ditadura dos partidos.
Enquanto não
for permitido a (1 cidadão/grupo de cidadãos/ideia) concorrer a deputado(s)
nada disto mudará…
“-Amor o que temos hoje para comer?
-Hoje meu doce, temos bacalhau com
batatas!
-Mas isso não foi ontem?
- Não, ontem foi batatas com bacalhau…”
6 comentários:
O caro bloguista, tem boas ideias e pensamentos, mas com post's deste "tamanho", poucos irão ler o que diz.
Boas Pedro!
Estou completamente de acordo contigo.
Mas, uma das razões de ser deste espaço é permitir o desabafo, não consegui ser sintético com 28 anos de sentimentos.
Outra das características deste espaço é sempre que identifica um problema, tenta igualmente arranjar uma solução.
Brevemente sairá 1 post de tamanho “normal” com algumas das soluções que defendo para acabar com esta ditadura dos partidos.
Obrigado pelo comentário e pela paciência de ler 1 post do tamanho da bíblia :):):)7
Jony
Boas Jony, creio que se pode concorrer a Presidente da Republica sem ser por partidos, e imagina as centenas de pessoas (milhares?) que candidatar-se-iam para a assembleia da república!! É um processo muito compicado e a fragmentação de ideais seria enorme (mais instabilidade e nenhuma norma seria aprovada...)
Não esquecer que existem mais partidos para alem dos 5 principais...
E existe liberdade para formares o teu próprio partido...
O maior problema está na justiça, pois se a corrupção fosse EFECTIVAMENTE proibida e punida, não estariamos nesta situação. O nosso país nao tem vulcões, raramente terramotos e só nos açores, tsunamis, tornados... não há justificações.
Eu votei nas ultimas eleicoes CONTRA o Socrates, e estava "fiado" que o actual ia mesmo acabar com as mordomias e com as ppp (enfim cortar com as gorduras), mas parece que corta em tudo menos nas gorduras...
nas proximas eleicoes simplesmente não vou votar, sempre se poupa combustivel, tempo e nao vou dar (creio que num post disseste que eram 11 euros aos partidos)
pelo menos o sócrates foi-se embora... já não suportava o riso dele
cumps
Boas R+,
Sim, a presidente qualquer 1 pode concorrer.
Quanto a termos milhares de candidatos à Assembleia, esse é apenas 1 dos problemas, a solução não é fácil.
A ideia ainda está a ganhar forma.:):):).
PS- o valor que os partidos recebem é um pouco superior, são 12,50€ por cada voto:):):)
Deixa dizer que a ideia que nós temos mais direitos que os alemães é falaciosa... estou a trabalhar na alemanha e a quantidade de direitos que na pratica existem são muito mais que em portugal...
Julgo que na Alemanha não trabalhas para a F. Pública...
Era sobre os nossos funcionários públicos que eu me referia quando falava dos direitos adquiridos...
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