Caro
compatriota,
Quando
afirmas que “Uma opinião pública
inquinada por falsidades ou meias verdades não está em condições de formar um
juízo válido sobre as alternativas políticas que lhe são propostas.”
Eu não
poderia estar mais de acordo, mas quando pessoas como tu, tentam elucidar a
opinião dos Portugueses, pessoas como eu, quando sobra tempo lá vão respondendo
em carta aberta.
Sabes, é que
eu até tenho a mania de pensar pela minha cabeça, desculpa lá qualquer
coisinha.
Só
tenho a 4ª classe, mas inspirado no Relvas até estou a trabalhar uma tese de
doutoramento.
Vamos lá falar de números…
1 - Para começar, 47% da chamada despesa pública de
2011 consistiu em transferências, ou seja, redistribuição de recursos que o
estado opera de uns cidadãos para outros, incluindo pensões e outras prestações
sociais. Não é pois verdade que o estado se aproprie de metade da riqueza do
país, visto que metade dessa metade é devolvida às famílias.
Resposta – Meu caro, vamos lá olhar para as
reformas e prestações sociais.
1º - Se é
verdade que todos os reformados descontaram para as reformas que recebem, não é
menos verdade que qualquer português nascido neste milénio para os mesmos
descontos dos atuais reformados var receber perto de metade da reforma.
2º -
Aplicando o princípio da igualdade (artº XII da constituição) todos os cidadãos
são iguais perante a lei, vamos lá reduzir esses 47%.
A – Todas as
reformas são intocáveis até 750€.
B – Todas as
pensões de valor superior a 750€ passam a descontar o mesmo que qualquer
cidadão que esteja a trabalhar.
C – Todos os
cidadãos que se reformaram com menos de 65 anos vão ter uma penalização na sua
reforma, calculada até aos 80 anos de vida (exceto exemplo A).
D – Todos os
cidadãos vão ter direito a 1 só reforma, não acumulável, sendo igualmente
suspensas todas as reformas atualmente atribuídas a pessoas no ativo com menos
de 65 anos.
E – Estando
Portugal tecnicamente falido, nenhum direito adquirido se pode sobrepor ao Artº
XII da Constituição.
E assim os
famosos 47% passam rapidamente a 40%...
Continuando…
2 - As despesas de funcionamento das administrações
públicas (salários mais consumos intermediários) representam 39% dos gastos
totais. Porém, como abrangem a produção de serviços como a saúde, a educação ou
a segurança, a verdade é que o custo da máquina burocrática do estado central
se fica pelos 12 mil milhões (15,5% da despesa pública ou 7,2% do PIB). As
gorduras do estado são afinal diminutas.
Resposta – É de lamentar a displicência com que
se fala de verbas de 12 mil milhões, mas vamos por partes, onde se pode cortar
nas gorduras…
1º - Será
que um país como Portugal necessita de 9134 Presidentes? (Pres. C.M.; Pres.
J.F.; Pres. Assembleia C.M. e Pres. Assembleia J.F.).
Vendo bem,
Braga é responsável por 1.058 Presidentes (14 Pres. C.M.; 14 Pres. Assembleia
Municipal; 515 Presidentes de J.F. e 515
Pres. Assembleia de J.F.) tudo isto para 850 mil habitantes.
Ora como os
Presidentes não andam sozinhos temos de acrescentar mais de 2.116 Secretários;
1.058 Tesoureiros, perto de 100 Vereadores e mais de 10.000 deputados eleitos
nas Juntas de Freguesia e Camaras Municipais, tudo “representantes do povo”.
Facilmente é
aqui retirado 5% de Gordura que corresponde ao financiamento camarário em sede
de IRS.
3. Os juros da dívida pública deverão absorver no
próximo ano 5% do PIB. É imenso, mas em 1991 chegaram aos 8,5%.
Resposta –
Pelo simples facto de todos os Portugueses, trabalhadores, terem sido encavados
com 8.5 cms em 1991, não é justo depreender que em 2012 todos os Portugueses
Trabalhadores e Reformados fiquem satisfeitos com encavadelas a rondar os 5
cms…
Meu caro,
uma encavadela é sempre uma encavadela e o meu apelido não é Castelo Branco!
4. O estado português foi recentemente obrigado a
corrigir as suas contas incluindo nelas défices ocultos em anos anteriores, o
que teve como consequência um aumento brusco da estimativa da dívida pública
acumulada. O curioso é que essa dívida escondida foi praticamente toda
contraída até 1989. Logo, as revisões recentes emendam falhas cometidas há
muitíssimos anos.
Resposta – Isto
já é demais! Ao ouvir tão nobres palavras até fico convencido que em Portugal
não existem esqueletos escondidos nos armários.
Se na
madeira foi o que se viu…entre municípios falidos, empresas municipais e afins
muito falta ainda descobrir…
Não existe
coragem para tornar públicos todos os contratos com PPP’s, pagamentos a
fundações, institutos, empresas municipais, tudo isto são viveiros de BOYS e Rios
de dinheiro …
E os
esqueletos! Só um demente pode afirmar que não existe gato escondido, a madeira
é apenas uma das nossas 20 regiões…
5. A despesa pública em proporção do PIB atingiu um
máximo em 1993 (46%), depois desceu ligeiramente e só voltou a esse nível, superando-o
inclusive, na sequência da crise financeira mundial declarada em 2008. O país
sabe conter eficazmente despesa pública, tanto mais que já o fez no passado.
Resposta –Tudo
pode ser resumido a percentagens, mas se eu comer 2 frangos e tu nenhum, em
média comemos 1 frango cada um…Eu estou de barriga cheia e tu cheio de fome!
Pior, ao
gastar 30%; 35% ou 46% do PIB não é adquirido que seja bem aplicado, “quando se
atira dinheiro para um problema, algo desaparece e não é o problema…”
6. O défice das contas públicas atingiu o seu máximo
absoluto, segundo o Banco de Portugal, em 1981 – um legado de Cavaco Silva ao
segundo governo da Aliança Democrática. Nunca mais se viu nada assim.
Resposta –
Voltamos a falar de encavadelas e cms?
Julgo que
estamos conversados…
7. Em 1986, o sector público absorvia 71,7% do crédito
total à economia. Em pouco mais de uma década a situação inverteu-se
totalmente, de modo que, em 1999, as empresas e as famílias já absorviam 98% do
crédito disponível. A economia não está hoje abafada pelo estado.
Resposta –
Voltamos a falar da qualidade dos investimentos, as empresas e famílias
absorviam 98% dos empréstimos!
Verdade, os
particulares para comprar casa própria e pouco mais.
E as
empresas?
-As empresas
foi para empresas públicas; municipais; municipalizadas ou afins, foi para empresas a atuar em mercado
protegido, obrigando Portugal em peso a pagar mais, por produtos ou serviços.
- Em
Portugal para obter empréstimos chorudos o importante é o apelido e/ou filiação
partidária, as boas ideias, os bons projectos nunca foram uma prioridade de
investimento, com os resultados que se conhecem
8. À data da entrada na CEE, o financiamento externo da
economia representava apenas 14% do total. Em resultado da privatização da
banca, a captação de recursos financeiros no exterior decuplicou entre 1989 e
1999 e a dívida pública passou a ser financiada esmagadoramente pelo
estrangeiro. As instituições financeiras contribuíram para uma entrada líquida
de fundos externos equivalente a 6,8% do PIB nesses anos. As responsabilidades
dos bancos face ao estrangeiro passaram de 49% do PIB em 1999 para um máximo de
96% em 2007.
Resposta – Se
é verdade que as instituições financeiras contribuíram para uma entrada líquida
de fundos, não é menos verdade que o credito concedido por estas instituições
ou era para ser aplicado por particulares em habitação própria, ou era para
empresas na esfera estatal, ou para grandes empresa que funcionaram em regime
de monopólio, nada foi aplicado nas novas ideias/empresas…
Durante anos
houve guerras entre bancos e empresários para controlar empresas olhando apenas
para este pequeno mercado.
Na SECIL a guerra
resultou no domínio brasileiro e no desmantelamento do grupo.
No BCP os
resultados são igualmente famosos… empresários falidos, empresas sem liquidez,
tudo com o real patrocínio da CGD…
9. A baixa das taxas de juro decorrente da integração
no euro propiciou a rápida expansão do crédito. Mas o investimento baixou em
sete dos onze anos que terminaram em 2010 (variação acumulada de -20%), ao
passo que o consumo privado só desceu num ano (variação acumulada de 19%).
Quando havia dinheiro a rodos, o sector privado não investiu. Convém investigar
porquê.
Resposta: O
Sector privado investiu, mal mas investiu!
Acaba por
ser o acumular de erros e os maus investimentos (Públicos e Privados) que nos
fazem atualmente ter a companhia da TROIKA trimestralmente…
10. Também o investimento público foi baixando
progressivamente até aos 3% do PIB em 2008. Em 2009 subiu um pouco, ficando
ainda assim abaixo dos máximos do início da década. Como é possível
continuar-se a invocar o excesso de investimento público para explicar as
presentes dificuldades financeiras do estado?
Voltamos a
falar displicentemente sobre verbas superiores a 5 mil milhões de euros (2008),
esquecendo que se um país durante uma década aplicar 3% do PIB em obras de
fachada sem retorno financeiro, passados 10 anos teremos mais 30% do PIB em dívida,
a que devemos somar os juros, e como as obras foram de fachada (3 autoestradas
Lisboa-Porto entre muitas outras loucuras) o que sobra são dívidas!
E muitas,
paletes delas, diria eu…
E devemos
pagar estas loucuras todas com juros de 15% ou mais?
Julgo que
não.
Nota: Para o PIB de 160 mil milhões em
2011 (5%) representa 8 mil milhões.
10 anos de
mau investimento com este PIB representam 80 mil milhões, verba superior ao empréstimo
TROIKANO…
11. As despesas do estado com pessoal caíram
consistentemente em proporção do PIB a partir de 2002. O tão polémico aumento
dos salários dos funcionários públicos em 2009 teve um impacto insignificante
nas contas públicas. Em contrapartida, as prestações sociais passaram de 14%
para 22% do PIB entre 2003 e 2010, sendo responsáveis por 95% do aumento da
despesa corrente primária do estado entre 1999 e 2010.
Resposta –
Enquanto não houver coragem para afirmar que Portugal tem funcionários públicos
a mais, tem representantes do povo a mais, tem associações a mais, fundações a
mais, institutos a mais, enquanto não existir um grito em uníssono CHEEEEEEGAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Isto não
muda!
100 mil
funcionários a mais ganhando em média 1.000€ são 100 milhões de euros por mês que
se poupava em impostos sobre todos os portugueses, que em números redondos
estamos a falar de 5 milhões de trabalhadores e 3 milhões de reformados…
Nota: Antes
de qualquer funcionário publico ser despedido, Portugal deve reorganizar
administrativamente o seu território despedindo milhares de presidentes,
vereadores, tesoureiros secretários e deputados (municipais e de J. Freguesia).
Julgo que no
final teríamos 2 a 3 eleitos despedidos por cada funcionário publico dispensado,
mas isto é apenas um sentimento, tão intenso que até cheira!
12. Desmentindo a ideia de que as metas acordadas com a
União Europeia nunca se cumpriram, os objectivos dos PECs entre 2006 e 2008
foram sempre confortavelmente atingidos, sem recurso a receitas
extraordinárias, no que respeita a receitas, despesas, défice e dívida pública.
Resposta –
Para alguém que entra de peito cheio afirmando que devemos elucidar a opinião pública
isto é demais!
1º- Não existe
nenhum ano neste milénio sem receitas extraordinárias para compor o ramalhete
no final do ano!
2º- O último
ano em que Portugal deu lucro foi em 1974… se todos os anos o país dá prejuízo onde
vamos buscar os míseros 3% do PIB para investir em obras descabidas?
-Pedimos
emprestado ao juro (X)
E quando
passado uma década a investir os míseros 3% do PIB com dinheiro emprestado em
obras sem retorno financeiro nos pedem o dinheiro de volta? O que fazemos?
Pois,
estamos onde estamos…
13. As medidas selectivas de combate à recessão em 2009
ascenderam a apenas 1,3% do PIB (quase metade pagos com fundos comunitários). O
grande aumento do défice nesse ano deveu-se no essencial à quebra em 14% das
receitas fiscais e ao crescimento das prestações em decorrência do agravamento
da situação social. Acresce que esse aumento não se desviou significativamente
do observado no resto da UE.
O País deve
obrigatoriamente ser pensado a 20 ou 30 anos!
Eu, neste
cantinho reservei a TAG “ O senhor dos Anéis”.
No fundo é
olhar para Portugal 2030, como poderia e deveria ser, não está acabado, longe
disso, são apenas propostas para discussão geral.
Eu sei que
seria mais fácil adotar frases tipo “Que se lixe a TROIKA”, mas neste cantinho
não se procura o caminho fácil.
14. Cada um dos pontos anteriores contraria directa e
taxativamente uma ou mais alegações quotidianamente escutadas nas televisões,
nas rádios, nos jornais e, por decorrência, nos cafés e nos transportes
públicos. Uma opinião pública inquinada por falsidades ou meias verdades não
está em condições de formar um juízo válido sobre as alternativas políticas que
lhe são propostas. Nestas condições, não admira que cresça descontroladamente o
populismo e se degrade a qualidade da democracia.
Resposta – sendo juiz em causa própria,
vou apenas afirmar que O Portugal Bipolar é um espaço aberto a todos e a todas
as opiniões fundamentadas.
2 comentários:
Concordo com o seu raciocínio! Mas Braga não deve ter 515 presidentes de junta! Penso eu!
Tiago Cardoso
Boas Tiago,
Braga não deve ter 515 Presidentes...mas têm!
Repara que quando falo em Braga, não falo de Braga – cidade, não falo de Braga – Município, falo de Braga – concelho, com os seus 14 municípios!
Junto listagem de Concelhos e respectivas J.F.
Celorico de Basto 22
Cabeceiras de Basto 17
Vieira do Minho 21
Póvoa do Lanhoso 29
Fafe 36
Amares 24
Terras de Bouro 17
Vila Verde 58
Vizela 7
Guimarães 69
Braga 62
Vila Nova de Famalicão 49
Barcelos 89
Esposende 15
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