Novamente,
neste peculiar país, a Educação foi reformada.
De reforma
em reforma, 40 anos de liberdade introduziram muitas alterações, a última,
para quem julgava já ter assistido a tudo, deixou-me perplexo.
O novo “modelo
integrado de avaliação das aprendizagens do ensino básico” é simples,
eficiente, diria mesmo ser inigualável na arte de mal fazer.
Qualquer ser
pensante julga que as regras devem ser estabelecidas no inicio do ano lectivo.
Quando no final
do 1º período o governo assume acabar com os exames do 4 ano a coisa já estava
mal, o novo “modelo integrado de avaliação das aprendizagens do ensino básico”
apresentado no final do 2º período é desconcertante.
Pelo que
entendi os agrupamentos escolares decidirão até final do mês de Abril se
realizam os novos exames do 2º; 5º e 8º Anos.
Em
simultâneo os agrupamentos de escolas que pretenderem manter os exames do 4º e
6º ano podem fazê-lo. Irão preparar tudo em 2 meses, com aulas e avaliações
pelo meio.
Na ânsia de
mudar, o importante é mudar tudo, já!
Ainda com
exames no 4º ano, o meu filho mais velho teve o prazer de ter como colega de 5º uma antiga
companheira de turma que no 4º ano teve TODOS os testes negativos realizados
durante o ano, as notas normalmente oscilavam entre o Fraco e o Muito Fraco, tendo igualmente chumbado na 1ª chamada dos exames nacionais de
Matemática e Português, que devo eu pensar?
Penso que
isto é um país de bananas! Se mesmo com todos os testes negativos um aluno vai
para exame, chumba, volta a exame, passa... a 2ª avaliação e seus critérios
deveriam constar nos manuais de filmes trágico-cómicos.
Que
esperança posso eu ter num país onde a directora de turma afirma que qualquer
bom aluno a Matemática do 6º ano teria positiva no exame nacional do 9º ano de
2015?
E depois
vemos um ministro, por vezes o 1º, ajeitando a gravata e afirmando sem se rir
que a melhoria das notas a Matemática é explicada pelo sucesso do modelo de
educação implementado.
Estamos a
enganar quem?
É com
tristeza e alguma mágoa que afirmo contra todas as expectativas que estava
enganado, a Educação e os seus ministros ainda conseguem surpreender-me.
Quando julgo
que é impossível, sai mais uma pérola!
Quando numa
escola de Lisboa um aluno tem +5% no teste por mostrar responsabilidade ao
trazer no dia seguinte o teste assinado pelo encarregado de educação, que posso
eu dizer?
Educação?
Sim, pois,
está bem…
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