segunda-feira, 16 de maio de 2011

Perfect Storm XXXI_ Reestruturar a Divida


Durante semanas a fio, no ano passado ouvimos os dirigentes Gregos a jurar a pés juntos que pedido de ajuda? Nunca!

O resultado foi em Abril de 2010 a Grécia informava que não tinha como pagar os juros que eram pedidos pelo mercado e pedia ajuda á União Europeia e ao FMI.

E qual a razão do pedido de ajuda?

Quem empresta dinheiro e olha para um país que deve 120% do PIB, não acredita que esse país pague o que deve.

Depois foi a Irlanda, também ouvimos a classe politica afirmar que FMI estava fora de questão, nem seria necessário pois a Irlanda tinha dinheiro assegurado até ao final do verão de 2011.

A Europa fez uns testes de Stress aos bancos, o pessoal ficou todo contente porque os resultados foram muito positivos!

No mês seguinte a Irlanda pede ajuda internacional, os bancos tendo passado os testes de STRESS não passaram no teste da Economia e não tinham dinheiro nenhum, mas tinham de pagar biliões que tinham pedido emprestado…

Depois foi Portugal, chegando o primeiro-ministro a afirmar que entre ele e o FMI estavam mais de 10 milhões de Portugueses!

FMI, Nunca! Pois… foi o que se viu.

Se houve algo que já aprendi sobre esta crise foi o seguinte:

Quando algum político jura a pés juntos que algo é impossível e nunca irá acontecer, eu fico preocupado.

Ventos vindos da Grécia afirmam que eles NUNCA, mas NUNCA irão reestruturar a divida!

E sair do Euro? Impossível! Será uma catástrofe!

Esses ecos também soam por estas bandas, mas eu desconfiado pergunto…

Sendo o Euro muito importante para Portugal, Portugal é muito importante para o Euro?

Quando Portugal este ano passar os 100% de divida Publica, haverá alguém que ainda nos empreste dinheiro acreditando que vamos pagar? É que se não acreditarem, pedem o mesmo que estão a pedir aos Gregos! (25%)!

Depois de 2013 qual será a nossa moeda? E claro se mudarmos de moeda os empréstimos para a habitação vai continuar em Euros! E os depósitos? Vão passar para escudo? Se assim for, milhões de pessoas perderão dinheiro de um dia para o outro!

Qualquer aforrador não estará mais seguro se TROCAR JÁ 1/3 do dinheiro por Francos Suíços?

Alguém vai ter coragem de afirmar que com estes juros é IMPOSSIVEL pagar a dívida?

5 comentários:

Nuno Monteiro disse...

Claro que é impossivel pagar esta divida... Basta fazer contas que para pagar a divida, teremos de crescer 6/7% ao ano e isso é impossivel em Portugal neste momento. Agora o que vai ser feito? Complicado... Mas tempos faceis não vêm por aí... Reestruturar a divida? Se não pagarmos os 160.000 mil milhoes era o ideal e ficavamos 30 anos sem poder pedir dinheiro emprestado... mas tb não tinhamos que pagar... "eles" que nos processem... O pIor é se a moda Pega.... Mas o pior ainda esta para vir com o facto de os USA, ainda estarem pior que os Europeus... (MAIS ENDIVIDADOS)...Isto vai sobrar para a China... Em resumo: VEm aí uma nova Guerra, isto para não ser mt Catastrófico.!

Anonymous disse...

Será assim tão interessante a baixa da TSU (vulgar Taxa Social Única)?

Um exercício bastante simplista do impacto da medida. Os custos totais de produção de uma empresa em sentido lato dividem-se em dois ramos: custos de capital e custos de trabalho.

Um produto que custe por exemplo 100 EUR a produzir tem desse modo no total 100 EUR de custo de capital e trabalho.

Dois cenários simplificados:

produção de rendas de bilros. Para a produção de rendas de bilros a componente mais elevada dos custos é o trabalho sendo o peso deste componente no peso total dos custos de produção acima de 80%. É um tipo de produto trabalho intensivo

produção de aço. Para se produzir aço é necessário bastante esforço de capital (financeiro, maquinarias) sendo o peso do mesmo acima de 80% dos custos totais de produção.

Ora a economia portuguesa no seu todo nem é tanto ao mar nem tanto à terra estando num intervalo de custos do mesmo. Para questões de simplificação vamos assumir que a proporção capital/trabalho é igual e de 50% cada.

Se reduzirmos a TSU em 1% os custos totais baixam desse modo 0.5%. As propostas que estão na mesa é uma redução de 4% da TSU. Ceterius paribus o impacto da medida é então a redução de2% nos custos do produto.

Será que com a diminuição de 2% nos custos (exercício muito simplificado pois nos casos reais é inferior a 2% visto a proporção trabalho ser inferior a 50% dos custos de toda e economia) conseguimos aumentar assim tanto a nossa competitividade?

Os produtos que exportamos são assim tão elásticos na sua procura que 2% de diminuição nos custos levam a um aumento das exportações mais que proporcionais à redução dos custos? Fica aqui a pergunta mas duvido que seja esse o caso.

Um àparte. Ao invés de baixar a TSU porque não diminuir os custos do capital? Por exemplo electricidade mais baixa para as indústrias, gasóleo mais barato para as indústrias e como contrapartida aumento dos impostos petrolíferos sobre consumidores finais? Desse modo as importações de energia baixavam e os consumidores iriam subsidiar a baixa dos custos de produção com respectivo aumento de competitividade.

Que um académico prossiga o meu exercício e confronte os políticos sobre as medidas erradas que eles tentam implementar.

R+ disse...

Alguem me podia dizer se os produtos asiaticos têm de pagar taxas alfandegarias, ou isso já nao existe.

pelo menos podiamos reduzir as nossas importações pq estamos a competir com mercados em que o apoio social é deplorável, e consequentemente mais barato. basta ver os produtos das grandes superficies de marca branca e é quase tudo feito na china

Anonymous disse...

Caro R+,

Tal não é possível. As taxas pautais são definidas em termos comunitários e pertencemos à OMC.

A alternativa passa por subirmos na cadeia alimentar de produção e contribuirmos com mais elevado valor acrescentado nos nossos produtos.

R+ disse...

Obrigado pela explicação,

mas na minha opiniao este é mais um assunto onde portugal fica desfavorecido pq os paises mais ricos podem subsidiar as actividades comerciais

entao deveria ser proibido estes subsidios pq sao como o inverso das taxas alfandegarias: facilitam a exportação vs dificultar importação

não sei se me consigo fazer entender: é quase como um leilao. se o estado ajuda os agricultores com 100 milhoes, entao um outro pais ajuda os agricultores deles com 150...

e a tsu é a mm coisa, imaginem, nós baixamos, os nossos "rivais (sejam eles quais forem)" tb baixam, no final fica tudo na mesma, mas o contribuinte portuges é q se lixa pq o estado perdeu receitas em impostos...

mas tb como é possivel a china pertencer à omc? logo eles q têm medidas proteccionistas que para vender la produtos, estes têm de ser produzidos lá?

cumps