sábado, 26 de maio de 2012

Portugal - O Senhor dos Anéis – Fábrica de mexilhões – (Cap. 21 Alteração)

Antes de falarmos sobre a fábrica de mexilhões temos de entender alguns conceitos e variáveis consideradas.
1.      A nossa fábrica de mexilhões terá uma produção média a rondar as 300 toneladas.
2.      As larvas de mexilhão andam à superfície da água, sendo a sua recolha feita por cordas dispostas na horizontal, necessitando por esta razão de uma área bastante grande (colocação de cordas para fixação inicial das larvas de mexilhão pode igualmente ser utilizadas redes de pesca velhas até uma profundidade máxima de 2m fixa às cordas).
3.      SPOT – constituído por uma boia flutuadora e por uma corda com 6m de comprimento (disposta na vertical) onde o mexilhão juvenil crescerá até á altura da sua recolha.
4.      Linha – Comprimento horizontal de um conjunto de SPOT’s consoante o seu afastamento ex. linha de 4kms de comprimento, com afastamento de 2 metros tem 2000 Spots. Várias cordas são suspensas a partir de uma linha mestra na coluna d’água tanto para coleta de sementes, como para o subseqüente crescimento dos mexilhões. As cordas de cultivo são semeadas introduzindo os indivíduos em redes tubulares de algodão e protegidas por redes de polietileno. Uma vez que a rede de algodão se desintegra e as sementes se fixam pelo bisso, a rede de polietileno se desloca para o centro de conjunto formando um emaranhado central que serve como estrutura de suporte no processo de engorda.
5.       Reprodução – A fecundação é externa sendo produzidas grandes quantidades de gametas e eliminadas na água. As fêmeas eliminam ovócitos e os machos espermatozoides (desova considerada 1 vez por ano nos meses de Maio e Junho). O Ciclo de vida do mexilhão foi considerado 24 meses (máximo).
6.      Coletor artificial - consiste na disposição de estruturas para fixação das larvas de mexilhão presentes na água do mar até que sofram metamorfose e se transformem em “sementes”. É um método mais racional e ecológico. É necessário o conhecimento das condições oceanográficas do local, das épocas de reprodução, uma vez que as estruturas devem ser dispostas na água cerca de dois meses antes dos picos de desova. Os substratos utilizados na captação de sementes podem ser lisos, (bambu e tubos de PVC), são mais eficientes quando estendidos horizontalmente, ou rugosos (redes de pesca velhas e sacos de ráfia, suspensos verticalmente em uma estrutura flutuantes. Neste caso, a profundidade não deve ultrapassar os dois metros, já que as larvas tendem a se concentrar próximas à superfície, atraídas pela luminosidade.
7.      Desdobre - Serve para diminuir a quantidade de mexilhões, para limpar e homogeneizar a produção e facilitar o crescimento, durante o período de engorda. É importante fazer isto também porque os animais terão mais alimento à sua disposição, e é necessário quando começam a aparecer sementes fixadas nas cordas de engorda.
8.      Respigagem - Reaproveitamento de sementes fixadas nas cordas de engorda.

A nossa fábrica de mexilhões é constituída por 4 retângulos com as dimensões de 2000m x 400m (A; B; C e D) os espaços a verdes são destinados a circulação de embarcações e as linhas a branco são pontos de amarração.

A fábrica de mexilhões esta diretamente ligada à fabrica de polvos, para entender a escala de produção adequada basta referir que a nossa fabrica de polvos (cap 17) tem uma produção de 160.000 polvos/dia (segunda a sábado).
- A maternidade de polvos de 4 em 4 meses tem mais 20.000.000 juvenis de polvo (já contando com uma mortalidade de 90%) nos primeiros 2 meses.
- A fábrica de polvos dos 20.000.000 juvenis, entrega para venda pouco menos de 18.000.000 (considerando um adicional de mais 10% de mortalidade).
- No segundo ano de fabrico com a maternidade a produzir juvenis de 4 em 4 meses teremos em aquacultura entre 60.000000 a 70.000.000 de polvos.
- O polvo, embora coma praticamente tudo o que mexe e consegue apanhar, come igualmente animais já mortos ou em decomposição, resumindo não é esquisito…mas seu principal alimento é o peixe, o mexilhão é um petisco muito apreciado e o caranguejo alem de ser um ótimo petisco, tem a vantagem de conferir ao polvo índices de crescimento muito superiores sendo portanto um ótimo suplemento nutricional.
- As necessidades de alimento da nossa fábrica de polvos variam entre as 900 toneladas e as 1.100 toneladas por dia, considerando que o alimento dos polvos é 65% peixe + 20% a 25% mexilhão e 10% a 15% caranguejo, necessitamos de uma produção diária de mexilhões a rondar as 300 toneladas.
O nosso amigo mexilhão é um bicho engraçado, a sua alimentação consiste em filtrar a água do mar extraindo assim o seu alimento.

A desova é entre maio e junho atingindo em 9 meses tamanho comercial, mas o seu crescimento dura 16 a 18 meses.
Cada retângulo da nossa fábrica de mexilhões é constituído por linhas com 400m de comprimento com um espaçamento de 6 metros, então 333 linhas(2000m) com 400 metros são 66 Spots, no total são 4 retângulos com 333 linhas com 66 spots cada.
1 mês antes da desova é espalhada corda com afastamento de 1 metro a ligar todas as 333 linhas de cada retângulo e finalmente é amarrada a rede de pesca às cordas que ligam as linhas dos spots, ocorrendo a desova entre maio e junho(2012), a recolha dos mexilhões juvenis será feita nos meses de Julho e Agosto(2012) para enchimento de redes com 6 metros de comprimento que ficarão agarradas a uma boia (SPOT)
Em setembro (2012) a disposição das linhas e spots será a seguinte:
Retângulo A – 2000 Linhas com 400 Spots cada, num total de 800.000 Spots (Afastamento 1m em Quincôncio)
Retângulo B – 2000 Linhas com 400 Spots cada, num total de 800.000 Spots (Afastamento 1m em Quincôncio)
Retângulo C – 1000 Linhas com 200 Spots cada, num total de 200.000 Spots (Afastamento 2m em Quincôncio)
Retângulo D – 1000 Linhas com 200 Spots cada, num total de 200.000 Spots (Afastamento 2m em Quincôncio)
Total em produção 2 Milhões de Spots.
Entre Janeiro e fevereiro (2013) será feita a respigagem e desdobre para em Março de 2013 (9 meses depois da desova) o mexilhão ter atingido tamanho comercial e o peso de 9kg por m.l. de corda. A quantidade de Spots necessários para uma produção de 320 toneladas/dia varia consoante o peso por m.l. de corda sendo considerados os seguintes valores:

Em março 2013 serão desocupados os primeiros 177.778 Spots e no final de Abril de 2013 terão sido desocupados 350.751 Spots sobrando pouco menos de 50.000 Spots nos retângulos C e D são necessários 45.000 Spots para ter linhas com afastamento de 6m para montar as cordas e respetivas redes, aprovisionando assim as larvas de juvenis por altura da desova (maio e junho 2013).
Em maio e junho de 2013 serão desocupados mais 332.522 Spots tendo a maternidade o seguinte formato (maternidade a cor-de-rosa).


Entre julho e Agosto de 2013 será feita a recolha dos juvenis e o desdobre e respigagem da cultura de 2012, com as vendas de julho e agosto foram desocupados mais 160.000 e 156.098 Spots respetivamente, sobrando da cultura de 2012 perto de 50% da produção 1 milhão de spots equivale a pouco mais de 1 retângulo (800.000 Spots) mas se lhes juntarmos a cultura de 2013 (2 milhões de Spots) a fábrica fica praticamente cheia e com afastamento de apenas 1m.
 A fábrica de polvos é constituída por 2 grandes retângulos com 600m x 6.400m (Roxo) já retirando as linhas a verde destinadas à circulação de embarcações.
Nos 600m de largura consideramos que de 4m em 4m existe um flutuador, sendo a sequência a seguinte:
-Flutuador 1m largura + 2 caixas para 9 polvos com 1.50mx1.50x cada, voltando depois a repetir a sequencia, ou seja, por cada 600m temos 150 linha de flutuadores com 6.600m, totalizando a fábrica de polvos 300 linhas de flutuadores com 6.600m.
E se nos flutuadores existir uma abertura Ø250 com afastamento de 1.50 metros, será possível coexistir a fábrica de polvos com a fábrica de mexilhões.

Quando a fábrica de polvos é responsável pelo escoamento de perto de 80% da produção da fábrica de mexilhões faz todo o sentido que parte da produção de mexilhões esteja integrada na fábrica de polvos.
As 300 linhas de flutuadores podem ter 4.400 aberturas de Ø250 cada, ficando com possibilidade de albergar 1 milhão, 320 mil spots libertando a maternidade de mexilhões.
Com a respigagem e desdobre de Julho e Agosto de 2013 ficam distribuídos pela fábrica de polvos 1 milhão de spots de mexilhões (500.000 da produção de 2012 e 500.000 da produção de 2013), ficando a maternidade com 2 milhões de spots para iniciar um novo ciclo. 
Com uma produção diária de 320 toneladas, sendo aproveitadas para a alimentação de polvos perto de 250 toneladas o restante será encaminhado para embalamento e venda em 2 categrias, mexilhão com casca e miolo de mexilhão Com o Logo


6 comentários:

Anónimo disse...

Receio que não tens noção da força do mar nos Açores...A doca nova (Faial) foi destruída pelo mar durante a construção perto de 10x. E estamos a falar de betão...Prontos, para que tal acontecesse seria de um custo enorme para além de ir contra as leis de zonas protegidas etc.
Mas gosto do teu trabalho, é a tecnologia é a solução.

O Portugal Bipolar disse...

Boas,
Tenho noção que as forças do mar no meio do Atlântico são fortes.
Mas se reparares tanto uma fábrica como a outra estão parcialmente protegidos pelo recorte natural da ilha.
Eu no post falo de tudo menos da obra em betão necessária, para não misturar as águas.
Mas a Construção Civil até é aminha praia, podemos falar sobre isso, mas a obra necessária não é nada de transcendente.
Já me passaram pelas mãos problemas muito mais difíceis…
Portugal gasta 2 milhões de euros em peixe todos os dias, temos mais de uma dezena de maternidades naturais só nos Açores.
E não podemos fazer nada?
É isso?
Sobre a construção de uma doca 10 vezes… bem, lá voltamos nós ao velho problema.
O cúmulo da estupidez é fazer sempre a mesma coisa e julgar que pode obter um resultado diferente…
Se depois de construir 3 vezes a mesma coisa, e o mar a derrubar outras tantas, não seria melhor pensar um pouco sobre outra maneira de executar o mesmo trabalho?
Era necessário fazer 10 vezes a mesma coisa para se entender que não estava a resultar?

AzoreanRoot disse...

De facto um cúmulo da estupidez, para além de agora gastarem 3 milhões numa draga para retirar areia do fundo, pois a profundidade dentro da doca é baixa demais para certas embarcações de maior porte. Cometeram-se dois erros demasiado óbvios, só pode se tratar da corrupção inerente a um sistema económico obcecado por lucro (nada é objectivo, optimizado, efeciente. Pois tais conceitos são anti-lucro).

O Portugal Bipolar disse...

Boas,

Estou sempre disposto a apoiar causas justas e denuncias de comportamentos que prejudicam todos os contribuintes.
-É possível arranjar fotos do assunto?
-Podes confirmar quantos barcos/dia serve essa nova infraestrutura?

Se fizeres um post sobre isso e me enviares por correio electrónico, será aqui publicado na íntegra!
Com referência ao autor, claro!
Um Abraço
Jony

Anónimo disse...

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