sexta-feira, 15 de junho de 2012

O limite da verdade.


A Bloomberg processou o BCE em 2010.
Quer ter acesso aos ficheiros que referem os instrumentos financeiros utilizados pela Grécia para esconder o défice durante 10 anos.

Para a União Europeia era claro desde o início do milénio que algo de estranho se passava.
O grande problema é que o BCE teve um papel ativo na ocultação do défice grego, ou seja, sabiam mas fecharam os olhos.

Jean-Claude Trichet, presidente do BCE entre 2003 e 2011 já veio informar
que a informação contida nos documentos, caso fosse tornada pública, iria “minar a confiança” dos investidores e iria “aumentar a volatilidade e a instabilidade”.
Não é só a Bloomberg que quer saber, eu também quero e julgo que todos os cidadãos europeus querem saber.
É do interesse geral da europa saber como foi tudo isto possível.

O BCE e o seu presidente de então argumentam que o conhecimento desses documentos irá aumentar a volatilidade dos mercados?

Mais? Pergunto eu, então Espanha e Itália estão novamente na mítica barreira dos 7% para crédito a 10 anos, os Gregos vão a votos escolher entre Katumba ou Morrir e a verdade deve ser mantida secreta?
A verdade não pode ser do conhecimento geral da população europeia?

Enquanto eu, como Europeu, não compreender o que correu mal, dificilmente no futuro estarei alerta para problema semelhante, ou pior, confrontado com o mesmo problema no futuro, fico novamente sem saber a sua origem?

Eu, não posso saber a verdade, pois isso é mau para os mercados?

Existe limite para a verdade?
Ridículo!

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