segunda-feira, 8 de novembro de 2010

E não é que hoje vou a Tribunal


Caros amigos e compatriotas, eu sei que prometi falar da justiça, mas a verdade é que falta-me a paciência,
Nada de bom tenho a dizer, e hoje estou com um feitio de cão!
Assim sendo fica para outras núpcias.
Não sendo para mim uma novidade, o facto de comparecer perante a justiça, esta será a segunda vez, não resisto porem a falar sobre a minha primeira vez.
Como em tudo na vida, a primeira vez é sempre um facto marcante.
Estávamos no ano de 2005, e aqui o rapaz, ia testemunhar a favor da defesa de 1 arguido (sócio minoritário), que estava acusado de burla.
Tinham os factos ocorrido em 2000, e eu documentado, lá ia para que se fizesse justiça!
Tinha trabalhado numa firma de construção, que tinha 5 Sócios, 1 deles tinha 55% do Capital, sendo o restante distribuído pelos outros 4.
A firma tinha falido, e o sócio maioritário tinha-se apropriado, de todo o património existente, mas como não tinha nada em seu nome, estava safo.
Eu ia testemunhar, para se fazer um pouco de justiça para com os muitos Sub-empreiteiros que ficaram a arder!
5 ou 6 meses antes da firma entrar em falência, e devido ao esforço do meu trabalho, foi passado 1 cheque pelo consorcio (EDIFER; OBRECOL E SOPOL) á firma em que eu trabalhava, no valor "simbólico" de 220 mil contos!
Esse dinheiro era relativo a trabalhos a mais, e trabalhos contratuais que o referido consorcio, não tinha pago, argumentado desde o inicio que não eram devidos.
Depois de 6 meses de trabalho árduo, ficou mais do que provado, que eu tinha razão, e como números, são números, depois de muito trabalhinho, lá abriram os cordões á bolsa,
Eu despedi-me no mês seguinte, pois ao contrário do que me tinham prometido, prémio foi coisa que não existiu!
Nem 1 Obrigado… apenas a palmadinha nas costas e a frase da praxe "Bom trabalho pá"
A firma onde trabalhava chamava-se PESNA, SA, nome de má memória…
Chegado a tribunal, estranhei que todos os antigos sócios estivessem reunidos, falando calmamente,
Aqui á gato, pensei eu.
Quando chegou a minha vez de testemunhar, fui chamado e depois de identificado a Sr.ª Dr.ª Juíza, pergunta:
A Acusação tem alguma pergunta para a testemunha?
Não, não temos!
A defesa tem alguma pergunta para a testemunha?
Não, não temos!
Fiquei fulo, estes filhos da PUTA! Entenderam-se… eu sabia que pelo menos o cheque de 220 mil contos, nunca tinha entrado na firma, e tinha todas as provas de como tinha sido passado, e a que dizia respeito, pois tinha sido negociado por mim!
Incrédulo, faço uma pergunta…
Peço desculpa, Sr.ª Dr.ª Juíza, mas eu tenho informações e provas pertinentes, que deveriam ser apreciadas pelo tribunal! E não posso falar porque a defesa e acusação se entenderam?
A Sr.ª Dr.ª Juíza com um sorriso compreensivo, pois entendeu (ou já tinha entendido) tudo o que se passava informou este rapaz do seguinte:
Sr. João Filipe Silva, não havendo perguntas para si, está dispensado, resta-me em nome do tribunal agradecer a sua presença, caso insista em falar, como nada lhe foi perguntado, estará a desrespeitar este tribunal, com todas as consequências que dai advêm… Compreendeu?
Ao que eu respondi afirmativamente! E sai do tribunal, para não mais voltar… até hoje


Fiquem bem e até breve!