Não foi o caso da CGTP, que nunca assinou acordo nenhum desde 1975, acaba por ser normal e coerente.
O acordo vai
ser conhecido amanhã e será assinado pelo governo; CIP e UGT.
Os direitos
adquiridos acabaram em 2008, mas estando Portugal em 2012, poucos já se
aperceberam disso.
É que só
existem direitos adquiridos quando existe algo para distribuir.
Esse algo é
dinheiro que até 2008 era dinheiro dos outros que poupavam e emprestavam a quem
não tinha, cobrando os respectivos juros.
O que se
passa actualmente acaba por ser simples de explicar, como já não nos emprestam
dinheiro pois não acreditam que o iremos pagar os nossos direitos adquiridos
estão limitados ao que conseguirmos produzir.
Não entendo
para que foram necessárias 17 horas de negociações, mas o que se sabe é que
acabam 4 feriados, existem algumas mudanças no fundo de desemprego (faltam
pormenores) e passou a existir um banco de 150 horas por trabalhador que a
entidade patronal poderá aplicar de acordo com as necessidades da empresa (tipo
formiga, trabalha mais de verão para poder trabalhar menos de inverno recebendo
o mesmo) deixando assim cair a meia hora de trabalho extra diário.
Vamos assistir
à assinatura com pompa e circunstancia mostrando ao mundo que conseguimos
vencer e superar as adversidades!
Será?
Claro que
não, nem de perto nem de longe!
Tudo isto
teve início com a assinatura do memorando da TROIKA e com a baixa acentuada da
TSU, que Passos Coelho em campanha tinha tudo estudado e era possível e depois
passou a meia hora extra diária e agora passa por este acordo.
Basta pensar
um pouco, mas depois de tudo bem exprimido e comparado com a baixa de 8% da TSU
as medidas acordadas serão claramente insuficientes e surpresa das surpresas
serão necessárias medidas adicionais, que não serão aceites pelos
trabalhadores.
Entretanto a
Grécia já está com uma perna fora do Euro e Portugal vai tomando aspirinas como
se de uma simples dor de cabeça se tratasse…
2 comentários:
Boas Jony!
Isto a mim vai afectar-me imenso.
Eu sou trabalhador sazonal, só trabalho 7 meses por ano, e nesses 7 meses em termos de horas trabalhadas, trabalho o equivalente às pessoas que trabalham o ano inteiro.
O meu rendimento conjugado com o da minha esposa não me permite receber qualquer subsídio estatal quando estou desempregado.
Mas já estou a adivinhar que vou receber muito menos em horas extras, e recuperar essas horas na forma de descanso.
Mas para que é que eu quero mais descanso, se normalmente já descanso 5 meses por ano, ...ainda se o descanso desse para pagar a conta do supermercado, o crédito, e outras.
P.S.
Talvez devesses reconsiderar a possibilidade de os comentários entrarem sem aprovação, nota-se pouca participação ultimamente.
A posteriori poderás sempre apagar algum comentário que aches ofensivo, mas principalmente, é da discussão que sai a luz, só os dogmas não se discutem.
Boas Ramiro,
Julgo que falas do banco de horas.
Isso só se aplica a contractos anuais pois as 150 Horas são anuais, com um máximo de redução/aumento de 2 horas por dia.
Resumindo podes trabalhar 6 horas/dia ou 10 horas/dia recebendo o mesmo no final do mes.
Sobre as horas extra foi reduzido a compensação, como tal sofremos todos.
Julgo que este acordo é importante mas quem mais vai beneficiar é a indústria que representa 15% a 17% em Portugal, estamos a falar de Autoeuropa; Salvador Caetano; Hotéis; Distribuição (Continente e Pingo Doce); Corticeira Amorim e pouco mais.
95% Das empresas em Portugal são PME's e nessas os trabalhadores já trabalham horas extra e não são remunerados.
Para mim a grande alteração é a possibilidade mais facilitada de despedimento individual e cortes no subsídio de desemprego.
Pode realmente ter algum impacto mas a curto prazo vai causar despedimentos e vai ser alvo de alguns abusos como é normal no País, não vai certamente trazer empresas para Portugal, pois falta a reforma da Justiça melhor fiscalidade, electricidade mais barata e já que estou a pedir renegociação de todas as PPP's...
Sobre os comentários posso informar em primeira mão que voltarão a entrar sem restrições este ano, mas para já não quero adiantar mais.
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